Penso que “Renascimento” deveria se chamar “modernismo”.
O que caracteriza a modernidade?
A matematização e a tentativa de enquadramento do mundo em uma explicação mecânica de função-causa-efeito.
Começa na perspectiva do desenho/pintura renascentista esse período.
E tem seu ápice no mecanicismo newtoniano e na revolução industrial.
A arte, sempre à frente da ciência, ao final da Era Moderna, encontrou a diversidade de estilos, simultaneamente, a liberdade de crença da criação. Parou-se de seguir-se um estilo acadêmico único e passou-se a permitir que a diversidade fosse incluída na arte da academia – erroneamente chamamos a esse período de modernismo… mas o Pos-moderno já estava lá na arte!
A necessidade de enquadrar/definir um período histórico, em uma explicação, o mais rápido possível, nascida na modernidade, causou essa miopia de definições, que deverá ser revista em um futuro próximo.
O senso comum e a linguagem ainda chama de moderno qualquer inovação do século Pós-moderno que foi o século XX.
Tão Pós-moderno que ele ultrapassou a velocidade e o tempo da humanidade tornando-se o século mais curto da história: começa na revolução socialista soviética em 1914 e termina com a queda do muro de Berlim em 1989.
Depois disso a arte avançou para o culturalismo em oposição à globalização…
E o século XXI demonstra que será muito mais curto ainda com esse recrudescimento de uma moral religiosa em oposição ao liberalismo do final do século passado…
Essa coisa de modernidade é muito pessoal para mim. Desde jovem que eu considero a palavra “moderna” um termo ultrapassado. Foi considerado “moderno” na arte a fase da semana de 22 no Brasil e os novos movimentos artísticos do início do século XX. No entanto eu, particularmente considero que o Renascimento é que deveria ser nomeado como modernismo…
Depende muito a partir de qual ponto se olha, pois, por exemplo, do ponto de vista político-social, a Modernidade só começou de fato nos séculos XVII e XVIII. Particularmente acho prematura a classificação, em qualquer área, de nosso tempo como pós-Moderno. Gosto de pensar como o Alain Touraine, que chama as décadas finais do século XX de “baixa modernidade”. Gosto mais ainda de pensar que viveremos um século de interlúdio entre o fim da Modernidade e o início de outra era. E ainda temos, meio que parafraseando o título do Nietzsche, muitas auroras… por exemplo, ainda não elaboramos uma consistente lógica da diferença, ainda não exploramos consideravelmente o pensamento ‘patafísico… enfim, muitas auroras.