Estamos na metade do semestre.
Há 6 anos que oriento TCC de alunos de graduação. Não é uma amostra significativa, mas já dá para formar uma idéia geral sobre o desenvolvimento e sobre as angústias sofridas pelos alunos na fase terminal do curso.
No início da minha vida de professor orientei aluno de administração e de turismo e dava aulas de metodologia no primeiro e no último período de alguns cursos de graduação (ou melhor Métodos e Normas Técnicas para trabalhos acadêmicos).
Há 3 anos que comecei a trabalhar em apenas cursos de comunicação (jornalismo e publicidade) ministrando disciplinas específicas e orientando TCCs relacionados às disciplinas que ministro (cibercultura, teorias da comunicação) e relacionados às bases da minha formação na graduação(criação visual, comunicação e arte).
Tá… e daí?
Pois é… nestes 6 anos de trabalho de orientador sempre me deparei com um grande problema: A angústia do Final do Curso!
Todos os meus queridos orientandos passaram pelo mesmo processo: Começam super entusiasmados, somem 2 ou 4 semanas no meio do semestre e os que consigo conversar neste período de desaparecimento no meio do semestre estão passando pelo mesmo problema: Medo de formar!
Nem sempre muito claro em suas cabeças esse é um medo que aparece no meio do texto e da pesquisa de TCC, na dúvida de se estão no caminho certo, de se escolheram uma temática correta e na crise sobre a utilidade da pesquisa que está desenvolvendo para sua monografia de final de curso e sua profissão.
Vi isso acontecer na graduação, na especialização e no mestrado com colegas e isso também aconteceu comigo em todos os trabalhos de final de curso!
Vejo meus alunos e colegas, sempre ao final de curso questionarem se estão no caminho certo, se escolheram a profissão correta, se serão felizes ou se terão empregos nas áreas que escolheram!
Sentem-se todos perdidos. E isso os faz brecar! Eles congelam e não conseguem escrever, mesmo os mais brilhantes e seguros de si, travam nessa hora.
É aí que entra o orientador.
O orientador precisa devolver a paz ao aluno. Precisa arrumar um jeito de fazê-lo compreender que não importa se é ou não é o caminho certo e sim o que importa é completar o percurso, pois se o caminho não for o correto é mais fácil tomar outro caminho depois do que voltar tudo ao começo.
Cabe ao orientador mostrar ao orientando que ele está, cúmplice, ao seu lado mostrando o final do caminho. Dar segurança e recompor o estado de espírito ao desorientado para que ele possa dar o passo seguinte nessa corda bamba.
Cabe ao orientador demonstrar que todos passam por essa angústia e que ninguém vai direto ao final, mesmo os que aparentam ser mais firmes. Quando olhamos o trabalho dos outros sempre parece ser mais e melhor que o nosso.
Sempre parece que os outros não sentem medo ou dor de terminar seus cursos. E mais, quem terminou se esquece do momento de crise que passou e só lembra dos louros da vitória e não das dores e feridas do combate.
Amigos que estão fazendo seus trabalhos de final de curso: A crise é normal ao ser humano!
Orientadores: Lembrem-se que vocês já viveram essas crises e compartilhem com seus orientandos sua experiência de vida, ela é mais importante que a sua experiência acadêmica pois a relação de orientando-orientador é semelhante a de pai/mãe para filho. Se você não ajudar seu orientando a recuperar a auto-estima e a dar menos importância para as pressões sociais ele não conseguirá dar o passo decisivo para a vitória.
estou desesperada… não sei mais o que faço, alias eu sei, mas não… COMEÇO O 1º CAPITULO… e não consigo continuar , ja estou no terceiro semestre de tcc ( 3º oitavo semestre, estou jubilando…) e nada, já mudei de três orientador… de tema.. minha situação é grave !!! fico menos triste, (se é que existe esta de menos triste ) por saber que não sou a única no planeta que passa por isso ?! estou meio sem rumo…
Prezada, mude de metodologia. Um trabalho desses não começa no primeiro capítulo, começa no que você sabe e no que vc tem acesso e facilidade.
Alunos de tcc querem coisas mirabolantes que são impossíveis por isso correm o risco de deixar o trabalho de lado.
Natasha,
Você consegue sim!
O que eu aprendi fazendo?
Aprendi que basta sentar e começar. Não deixar ser interrompido e brigar pelo espaço de sossego necessário para escrita… o resto flui…
Principalmente com vc e com a Débora que escrevem bem e sabem se posicionar com relação às suas leituras.
Então, pq será que me identifico com cada linha desse post?
Fico feliz em saber que não sou a única.
Fico triste em ver isso acontece.
Fico conformada em saber que passa.
Também tô toda travada pra escrever, como se esse trabalho, de repente não pertencesse a mim. Mas ele é meu.(nosso, né?rs) e não adiantar sumir, embora às vezes isso seja necessário e normal, uma hora tenho que voltar e encarar. E que seja agora!
Preciso organizar meu tempo. Minhas ideias. E acreditar que eu consigo, né?
Débora,
Finalmente um comentário corajoso!
Já tive mais de 90 visitas neste post e só agora vc comentou alguma coisa!
O sumiço é comum, pelo menos com os que orientei até hj, e já vi outros orientadores falarem o mesmo…
O que vejo é que os alunos só precisam fazer, eles sabem fazer, sabem o que querem fazer, mas ficam na dúvida se sabem ou não…
Fica a dica, basta fazer…
Farei. Começarei a fazer. Mas o que houve com minha foto aqui? Tenho que consertar isso, ela não tava assim.
Isso aí fessô, estou em crise. Não sei se é crise, mas tá difícil escrever, ler, entender, passar pra frente, enfim: travou.
E isso de sumir por 2 ou 4 semanas acontece com todos mesmo? Pensei que era só com poucos. Que bom que são muitos, já que fiz isso também.
Eu preciso de organização, saber o que vou fazer, quando fazer, quando entregar. E acho que isso ficou resolvido na nossa última sessão de orientação (terapia).
Enfim…. só sei que quero terminar isso no dia 15 de junho.